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São
José do Rio Pardo
muito mais que o berço de Os Sertões...
ão
José do Rio Pardo não é só uma cidade. São
José é antes de tudo uma experiência. Um simples relato
das coisas da terra, dos pontos turísticos, das gentes e ares não
basta para descrever essa cidade que é única e encantadora. São
José é uma cidadezinha do interior sim senhor! E isso não
é nenhuma ofensa. Quem dera todas as cidades fossem do interior, e todas
as cidades do interior fossem como São José...
Fincada nos contrafortes da Serra da Mantiqueira, tendo
aos pés o Rio Pardo, São José guarda em suas ruas íngremes,
em suas praças, em suas casas centenárias um segredo que não
é dado a todos decifrar. Qual seria esse segredo? Ah, esse também
varia de acordo com cada um. O segredo se transmuta de pessoa para pessoa, adquirindo
feições diferentes dentro de cada um.
Se você chega em São José pela primeira
vez vai logo pensando: "Jesus, quanta ladeira!" Mas o que são
as ladeiras? Cada uma das ruas de São José, com seus paralelepípedos,
revela uma face nova. Uma praça formosa, uma construção
histórica, um recanto pitoresco, e no fim, de uma maneira ou de outra,
todos os caminhos levam não a Roma, mas ao Rio Pardo, nas cercanias do Recanto Euclidiano e da Ponte Euclides
da Cunha, por ele pescada de dentro do rio e recolocada no lugar.
O
sentir São José é uma experiência peripatética.
Vá ao Recanto Euclidiano, suba no túmulo de Euclides, leia as
palavras gravadas. Ande pela margem do rio, deixando seus pensamentos serem
levados pela correnteza. Pare sobre a ponte centenária, e imagine o trabalho
que foi tirar de dentro d'água toda essa ferragem, com os equipamentos
de então. Suba ao morro do Cristo, de preferência a pé (a
pé sim! - você vai ver que não mata ninguém não)
e de lá de cima veja a cidade, localize seus pontos históricos,
seus marcos de referência. Se for à noite, o brilho das luzes,
marcando os caminhos, com Jesus abençoando a cidade. Atravesse a ponte
pênsil e conheça a Ilha de São Pedro, veja o zoológico
e dê um alô para o Simba. Passeie pela praça Capitão
Vicente Dias, admire a igreja, o coreto e seus edifícios históricos:
o Museu Rio-Pardense, a casa azul (que agora é amarela), as sedes dos
clubes. Ande pela rua Francisquinho Dias, passeie pelo simpático Mercado,
chegue ao Colégio Euclides da Cunha e à Faculdade... Visite a
Gruta Milagrosa de Nossa Senhora, lugar interessantíssimo e pouco conhecido.
Com tempo e condução, vá até as represas, visite
a Represa Euclides da Cunha (naturalmente...), tome um banho no Rio Pardo, batize-se
naquela água. E, como não, visite a Casa Euclidiana, que
apesar de surrada pelos anos, ainda é a guardiã de muitas das
relíquias e objetos relacionados a Euclides da Cunha.
Agora, se possível, visite São José do Rio Pardo durante a Semana Euclidiana. Não que
se você for fora dessa época vai se decepcionar, longe disso. Mas
é que durante a SE corre pela cidade uma energia diferente, certamente
trazida pelos participantes do evento, que eletriza a atmosfera e torna os dias
e noites muito mais atraentes.
Um bocadinho de história
As origens de São José do Rio Pardo remontam
ao início do século XIX, quando por volta de 1815 o sesmeiro Capitão
Alexandre Luiz Melo e seu clã se instalaram nas terras do vale do Rio
Pardo, entre os afluentes Fartura e do Peixe. Depois dos Melos, muitos agricultores
vieram de outras províncias, principalmente de Minas Gerais, atraídos
pela fertilidade do Solo.
Em 4 de abril de 1865, alguns fazendeiros se reuniram e
lavraram uma ata, com o fim de edificar uma capela, primeira etapa para a criação
da futura frequesia, movimento encabeçado por Antônio Marçal
Nogueira de Barros. Marçal e mais quatro fazendeiros doaram terras para
o patrimônio da Capela, e tiveram ainda a ajuda de 43 colaboradores.
A Capela Curada de São José foi elevada à
categoria de Freguesia em 14 de abril de 1880. Em 20 de março de 1885
a Freguesia foi elevada a Vila. Para ser instalada a vila, o povo edificou a
Casa de Câmara e Cadeia (que hoje abriga o Museu Rio-Pardense),
se cotizando, conseguindo 17 contos de réis, e a vila foi instalada aos
8 de maio de 1886.
Antes da Capela, a aristocracia rural convivia com os escravos,
mas com o movimento abolicionista aportaram novos personagens: os imigrantes,
principalmente italianos, que trabalharam nos cafezais, ampliaram o quadro urbano,
desenvolvendo o comércio e oficinas de fundo de quintal.
O café foi a base econômica de desenvolvimento
do município e responsável pela formação do núcleo
urbano. Os fazendeiros criaram um ramal férreo: o Ramal Férreo
do Rio Pardo, inaugurado em 1887 com a chegada do primeiro trem. No ano
seguinte, o ramal foi comprado pela Companhia Mojiana. Atualmente, o ramal foi
desativado, e os trilhos retirados.
Três meses antes da Proclamação da República,
em 11 de agosto de 1889, um movimento político projetou nacionalmente
a cidade, quando seus habitantes apoderaram-se da Casa de Câmara e Cadeia
e proclamaram a República, hasteando bandeira revolucionária,
ao som da "Marselhesa"
A Comarca rio-pardense se instalou em 8 de dezembro de 1892,
separando-se da de Casa Branca, tendo vida jurídica autônoma.
Recanto Euclidiano
Recanto
Euclidiano é o nome dado ao conjunto de edificações
e monumentos construídos às margens do Rio Pardo, próximas
à Ponte Euclides da Cunha, no local onde segundo consta Euclides escreveu Os Sertões. Ali está, preservada em uma redoma de alvenaria,
a cabana de sarrafos e folhas de zinco onde Euclides escreveu boa parte de seu
livro, enquanto supervisionava as obras de reconstrução da ponte
derruída. Estão também o obelisco com a peanha do escritor,
onde está inscrito o dístico "Misto de celta, tapuia e
grego", como ele próprio se definiu. Além desses, está
também localizado no Recanto Euclidiano o túmulo do escritor,
que desde 1982 repousa em São José do Rio Pardo, por decisão
da própria família, que considerou a cidade como "o local
onde mais intensamente se cultua a memória do escritor". Junto a
Euclides está sepultado seu filho, também Euclides (o Euclidinho),
também falecido em circunstâncias trágicas, em troca de
tiros com o mesmo Dilermando de Assis que ocasionou a morte de Euclides da Cunha.
Recentemente, a administração municipal transformou um largo espaço
da margem do rio em área de lazer, à disposição
dos riopardenses e dos visitantes. Também recentemente, recebeu muito
justamente o nome do grande amigo de Euclides em São José do Rio
Pardo Francisco Escobar.
Ponte Euclides da Cunha
A ponte metálica, que ligou a cidade a fazendas da
margem direita do rio Pardo, a Mococa e a cidades de Minas foi, também,
o elo de ligação entre São José e Euclides. Com
ela, veio Euclides, trazendo as anotações da guerra sertaneja,
a argúcia, o saber, a sensibilidade do escritor e a persistência
e competência do engenheiro.
A ponte, reivindicada pelos rio-pardenses havia muito tempo,
teve sua construção autorizada pela Superintendência de
Obras Públicas em dezembro de 1896. Estudos feitos pelo engenheiro Heitor
Georgovith atestaram as condições do leito do rio para a edificação
da ponte, que foi projetada com três vãos, num total de 100,08
metros. Aberta a concorrência, ganhou-a o engenheiro Arthur Pio Deschamps
de Montmorency. Euclides da Cunha, que saíra definitivamente do exército,
foi nomeado para a Superintendência de Obras Públicas do Estado
de São Paulo em 1896, e foi designado fiscal das obras da ponte.
Porém, em maio de 1897 licenciou-se do cargo para
ir a Canudos, onde acompanhou o final da guerra. Em seu lugar, ficou o engenheiro
José Teixeira Portugal Freixo. Euclides voltou do sertão em outubro
de 1897, permanecendo licenciado até janeiro de 1898.
Entrementes, a ponte havia sido entregue, após vistoria
final, aos 3 de dezembro de 1897. Dias após reassumir seu lugar de fiscal
de obras, os jornais noticiaram, com alarde, a queda da ponte metálica
recém construída, exatos cinquenta dias após sua inauguração.
"Houve escavação num dos pilares, que cedendo à correnteza
do rio, ruiu", criticou o jornal O Estado. Foi aberto rigorosa inquérito,
porém após dois anos o engenheiro Montmorency foi absolvido.
Por recomendação oficial do Secretário
da Agricultura, passou a residir em São José do Rio Pardo, a partir
de 1898, onde ficou até 1901.
Da ponte ruinada não foram aproveitadas apenas três
partes. Todo o resto foi retirado das águas do rio Pardo, recuperado
e novamente montado, um pouco acima da antiga localização, onde
ela se encontra até hoje. Nas águas do rio ainda se podem ver
os restos dos antigos pilares.
Baseado em texto de Rodolpho José del Guerra,
publicado no Suplemento Euclidiano VII - 1984
Semana Euclidiana
Histórico da Semana Euclidiana
A Semana Euclidiana é um evento realizado há 84
anos na cidade de São José do Rio Pardo, e possui como objetivo básico
e primeiro a homenagem à memória do escritor Euclides da Cunha.
Reza a tradição, apoiada em algumas indicações
esparsas do próprio Euclides da Cunha, que foi ali em São José que ele escreveu a maior parte de Os Sertões,
enquanto supervisionava a reconstrução de uma ponte metálica
sobre o Rio Pardo. Polêmicas já se levantaram a esses respeito, como
de resto a respeito dos mais variados aspectos da vida de Euclides. De concreto,
temos que às margens do Rio Pardo repousam a ponte metálica, uma pequena
cabana de sarrafos onde ele teria escrito o livro, hoje conservada com zelo
religioso envolta por uma redoma de vidro e alvenaria, e os seus despojos (juntamente
com os de seu filho, também chamado Euclides), transladados que foram do
Rio de Janeiro para lá em 1982, por decisão da família, "por
ser São José do Rio Pardo a cidade onde se cultua mais intensamente
a memória do escritor".
De início, o núcleo da Semana Euclidiana era apenas
uma "romaria", realizada no dia 15 de agosto, quando alguns amigos remanescentes
de Euclides se dirigiam até as margens do Rio Pardo, ao pé da ponte,
relembrando a passagem deste pela cidade. Ao contrário do que se poderia
supor, ao invés de acabar com o passar dos anos, essa "romaria" só
fez por crescer, até que em 1936 foi criado o evento denominado Semana
Euclidiana, com provas culturais e eventos esportivos que reuniam os estudantes
das localidades vizinhas. Em 1939 foi oficializada a chamada Maratona Intelectual
Euclidiana, uma competição de caráter acadêmico entre
os estudantes do curso secundário das escolas da região. Tendo seu
escopo progressivamente ampliado, a Maratona foi crescendo até atingir
o âmbito estadual, com a presença de representantes de escolas das
mais diversas cidades do estado. A fórmula da disputa permanece basicamente
inalterada há 52 anos: os participantes assistem, durante a semana que
antecede ao dia 15, uma série de palestras e, na manhã do dia 15,
realizam uma avaliação, usualmente composta de uma prova e uma dissertação.
Essa avaliação, após corrigida por um grupo de professores do
Ciclo de Estudos Euclidianos, serve como parâmetro para a classificação
dos maratonistas, que recebem prêmios pelo seu desempenho. É costume
os primeiros colocados receberem um prêmio em dinheiro, além de livros
que versam sobre a vida e a obra de Euclides da Cunha. Essa é, em síntese,
a fórmula da Semana Euclidiana.
Para quando você for
São José do Rio Pardo fica a 262 quilometros
de São Paulo, 150 de Ribeirão Preto, 160 de Campinas e 60 de Poços
de Caldas (MG) Para lá chegar, partindo-se do Terminal Rodoviário
do Tietê, embarca-se nos ônibus da Viação Nasser,
que fazem o percurso em aproximadamente 3 horas e meia. Existem diversos horários,
durante todo o dia.
Para quem vai de carro, segue-se pela Rodovia dos Bandeirantes
até Campinas, depois toma-se um pequeno trecho da Rodovia Dom Pedro I
e na altura da entrada em Campinas toma-se a Rodovia Campinas Mogi-Mirim. A
partir daí, sempre em frente! É só seguir as indicações.
São José possui uma razoável rede hoteleira,
que não para de crescer. O CECEC recomenda um dos seguintes hotéis:
- - Hotel Brasil - fone: (019) 3608-4691
- É absolutamente o hotel mais antigo de São
José. Euclides da Cunha se hospedou lá, quando foi pela primeira
vez. Extremamente simples, porém com aquela atmosfera histórica.
Tem uma ala nova. É na sua janela que foi proclamada a República
em São José.
- - Hotel Paulista - fone: (019) 3608-4971
- Também antigo, mas não tanto. Tem quartos
corretos, simples mas agradáveis.
- - Hotel Ipanema - fone: (019) 3608-7698
- Um dos hotéis recentes da cidade. É simples,
porém tem boa localização e instalações.
- - Hotel Minuano - fone: (019) 3608-1198
- Um bom hotel, simpático por fora e por dentro.
Instalações recentes. O único senão é que
é muito retirado da cidade. Sem carro, sem chance.
- - Hotel Manauara - fone: (019) 3608-3637
- Indiscutivelmente o hotel top. Três estrelas,
tem localização central. Quartos como se espera em um três
estrelas e um café-da-manhã delicioso.
- - Pousada Raízes- fone: (019) 3608-2433
- Simpatíssima e maravilhosa pousada. Poucos quartos,
ótima localização, num local calmo e acessível.
Preços também ótimos, o que é sempre importante.
Está em nossas recomendações.
- - Millenium Hotel - fone: (019) 3608-2220
- Hotel campestre com acomodações de primeira
e opções de esportes e lazer, aos pés do Cristo. É
só atravessar qualquer umas das pontes e seguir as indicações.
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-
Comida
Em São José os lugares de comer estão
sempre se renovando. Então, procure o seu. Você pode comer ótimas
pizzas e pratos variados no Ranchão, que fica a um quarteirão
da Igreja Matriz. É só aguentar o videokê, quando tem. Se
a fome bater de repente no meio da noite (mas não muito no meio
- estamos em Rio Pardo, lembra?) devore um sanduiche animal do Kiko Lanches.
como ele não fica num lugar dos mais óbvios, peça a um
nativo para orientar. Além deles, o Stufa é um ótimo
ponto para pizzas, no Café defronte a
Casa Euclidiana a gente toma um ótimo cafezinho da manhã,
saboreando autênticos pães de queijo na melhor tradição
mineira. Também recomendável, no melhor estilo boteco, mas com um bauru simplesmente
descomunal, é a Casa do Bauru, do Zé Carneiro. Fica perto da Sede Esportiva da Associação Atlética Riopardense, logo depois da curva. Meio difícil de achar para quem
não é da cidade, mas extremamente compensador. Temos ainda o restaurante do Hotel Brasil, o Tiolando, e uma série de trailers que oferecem suculentos lanches e vão satisfazer os mais vorazes.
Casa de Cultura Euclides da Cunha
Rua Marechal Floriano, 105
13720-000 - São José do Rio Pardo - SP
Fone/Fax: 019 - 3681-6424
Serviço
Posto de Pronto Atendimento: Avenida Eduardo Vicente Nasser,
em frente à Faculdade
Bancos: todos os principais bancos têm agência
em São José - Banespa, Bradesco, Itau, Real, Brasil, HSBC,
CEF, Nossa Caixa, Mercantil do Brasil
Caixas Eletrônicos: nos principais bancos.
Hospital: ao final da Avenida Eduardo Vicente Nasser, próximo
à Faculdade
Conheça mais de São
José do Rio Pardo visitando
São José on line
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