Olho de Maratonista

Canudos não se rendeu
Assim como o maratonista.
O maratonista, digamos, é um forte: ágil, infatigável, não cambaleia, permanece acordado nas aulas em plena manhã de Terça, depois de uma noite diversa, ora se diverte, ora estuda, ora estuda e se diverte. Claro, o maratonista está sempre preparado para a maratona: pronto para enfrentar o que der e vier e conhecer amigos, e participar de oficinas e solenidades e jantares; esta maratona que também irá preparar o maratonista para outra grande maratona: a da vida.
Canudos não se rendeu, continua aqui. Canudos é imortal. E o maratonista adquire um pouco disso também aqui durante a Semana. E quando ela acaba, ele simplesmente não se rende, com a certeza: Valeu a pena! (Rosimar)

Episódio Republicano

Na última Quarta feira, dia 11, foi celebrado o Episódio Republicano, um acontecimento histórico que marcou o Brasil. Apesar da data oficial da Proclamação da República ser dia 15 de novembro, é fato que tal episódio já havia acontecido no dia 11 de agosto de 1899.

Na cerimônia estava presentes várias autoridades como o Diretor da Casa Euclidiana, além dos maratonistas, entre outros. Ausência sentida porém, foi a da Corporação Musical Euclides da Cunha, que tradicionalmente abrilhanta o evento.

No discurso de conclusão foi enfatizada a necessidade de lembrarmos a obra euclidiana, pois esta aponta problemas sociais que fazem parte do nosso dia a dia.

A solenidade ocorreu em frente à janela do Hotel Brasil, que foi o local do acontecimento. O Episódio Republicano deve ser lembrado, pois é um marco na história do país e da cidade.

População em geral continua por fora da Semana Euclidiana

Repetindo pesquisa já realizada no ano anterior, nossos repórteres foram às ruas saber o que a população riopardense não envolvida com a Semana acha da mesma, e conhece sobre ela. Não surpreendentemente, os resultados das duas pesquisas foram semelhantes, e infelizmente, a população de São José continua achando que a Semana Euclidiana, apesar de ser um evento tradicional, ainda é coisa para "estrangeiros". Confira alguma das opiniões.

O comerciante José Roberto, 43, que nunca participou da SE, diz que a Semana é importante para a memória, mas que não há uma divulgação dessa memória para os de outras cidades. Já Marta, 35, comerciante, diz que divulga a SE para os visitantes de fora, por se tratar de um símbolo turístico e cultural. As opiniões de Lendro, 16, pedreiro e de Valdir, 38, taxista, são semelhantes. Ambos não sabem nada sobre a Semana,. nem sobre Euclides, sendo que Valdir é ainda mais radical, dizendo que a SE não traz nada de bom para São José, apenas despesas.

Na corrente contrária, Rafael, 14, estudante, Ana Vera, 42, professora e Ciça, 38, também professora, acham que a SE é importante para a cidade para a cultura e o lazer, e por proporcionar o encontro entre diferentes correntes de pensamento e de pessoas de regiões variadas. Todos garantem divulgar a SE para os habitantes de outras cidades, e que a importante de Euclides como engenheiro e escritor e figura pública para São José é inovidável.

Dado importantíssimo é que apenas um dos entrevistas sabia o tema da Semana Euclidiana 99, e qual é a edição deste ano, fato que demonstra ou que a cidade realmente não tem um contato íntimo com os eventos, ou que a divulgação da Semana, para os próprios munícipes, está sofrendo algum desvio.

(Gabriela, Anderson, Tais, Diego, Sulamita e Silvana)

87ª Semana Euclidiana

São José do Rio Pardo, 9 a 15 de agosto de 1999

O Berrante Online Diário! é o resultado da
Oficina de Jornalismo da SE 99!

Nº 2 - 11, 12 e 13 de agosto de 1999


Fatos e fotos da Semana Euclidiana 99

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Janela Indiscreta

Alguns maratonistas afirmam ter visto a bisneta de Euclides cair sentada na sarjeta em frente à Casa Euclidiana. Eles relatam que ela estava andando e ao descer a calçada se desequilibrou por causa de seu "enorme" salto alto e caiu ao chão, fazendo com que todos os presentes no local dirigissem o olhar ao episódio.

Ela, sem o menor constrangimento, rapidamente se recuperou e dirigiu-se a uma mesa no Stufa, onde continuou a noite como estava em seu programa.

Os maratonistas vivenciaram o acontecimento de uma das janelas do Stufa e adoraram Ter compartilhado este fato, que ocorreu no dia 11 após o Episódio Republicano. E adoraram mais ainda poder compartilhar o fato com o mundo, através das páginas de O Berrante.

PROCURA-SE

Se você perdeu alguma coisa entre em contato com a gente e nós com boa vontade procuramos para você.

Numa abordagem bastante original, os maratonistas promoveram um rápido bate-bola entre aqueles nativos de São José do Rio Pardo e os de fora. O resultado, com as experiências e visões de mundo de cada um, você confere abaixo.

Perguntas feitas pelos alunos de São José a alunos de São João da Boa Vista e Mogi-Guaçu.

O que vocês acharam da cidade e das pessoas que nela vivem?

Bonita, mas parada. Seus habitantes são bastante hospitaleiros.

O que lhes chamou mais a atenção nesta cidade?

A ida ao Cristo à noite.

Vocês sentem saudades de suas cidades?

As vezes ficamos pensando o que estaríamos fazendo lá, mas não sentimos saudades.

Como é a cidade de São João?

Maior que São José do rio Pardo, e mais movimentada.

Como vocês foram selecionados?

Teve um varal de poesias na escola. Foram selecionados três primeiros colocados. O Reinaldo ficou entre os três melhores.

O que você pensa de Euclides da Cunha?

Já o conheci pela mini-série desejo, que a Rede Globo apresentou, e agora estamos nos aprofundando mais sobre sua bibliografia. Concluindo, penso que foi um grande marco na literatura brasileira, com uma história de vida muito interessante.

Os Maratonistas pelos Maratonistas

Mesa Redonda

No dia 11, três personalidades marcaram presença na mesa redonda que se realizou no Centro Cultural Italo-Brasileiro, às 14 horas, sendo elas: Nísia Trindade Lima, Francisco Foot Hardman, e como mediador José Carlos Barreto Santana, que debateram o tema "Euclides da Cunha e a Realidade Social Contemporânea".
O debate foi ótimo, com ambas as partes expondo e defendendo suas opiniões a respeito do tema enfocado.
Nísia aproveitou a ocasião para lançar seu livro "Um Sertão chamado Brasil", com direito até a autógrafos.
Segundo Nísia, seu livro foi baseado em pesquisas que fez, e começou a associar várias idéias fontes, principalmente de "Os Sertões". Este é seu primeiro livro.
É a primeira vez que Nísia participa da Semana Euclidiana, e segundo ela, existe uma força muito grande neste evento.
Nísia deixou a seguinte mensagem aos maratonistas: "Gostei muito de Ter vindo à Semana Euclidiana, principalmente pela presença dos jovens maratonistas, e gostaria que vocês lidassem com a obra de Euclides como uma maneira de conscientização sobre os problemas nacionais e a importância de conhecermos melhor a sociedade, e que todos tenham uma boa diversão. (Annelise, Débora Salles, Érico, Gisele e Adilson)

 

Prestigiado
pelo Público

O Grupo Experimental de Teatro "Quo/Ação" DECET apresentou, neste dia 11, a peça "A Serpente", de Nelson Rodrigues, que retrata a análise psicológica na troca de dois casais, tendo como tragédia um assassinato no final. "A Serpente" foi a Segunda peça deste autor apresentada pelo grupo, junto com "A Mulher sem Pecado", com direção de Lúcia Vitto, que pretende, até o final da vida, apresentar todas as peças de Nelson Rodrigues. Não possuindo verba para pagar os direitos autorais, no valor de R$ 6 mil, a peça será apresentada sem fins lucrativos, não podendo participar de festivais. Enquanto profissionais, os atores dizem ter transmitido a mensagem que desejavam, e que quem se interessa por teatro deve ter muita dedicação e paixão pelo que faz. Participaram da peça Fernando Fante, Marcio rodrigues, Aline Alves, Ana Luiza Vasconcelos e Martha Pereira.

As autoridades riopardenses
e a Semana Euclidiana

Nossos intrépidos aspirantes a repórter saíram pelas ruas de São José à cata de autoridades locais que pudessem e quisessem falar sobre a Semana Euclidiana. Após longas buscas, conseguiram entrevistar altas autoridades da cidade, como a Prefeito Municipal Richard Celso Amato, o Presidente do Conselho Municipal de Turismo, Roque Cônsolo, e o Diretor da Casa Euclidiana, Lázaro Chaves. Veja a seguir os trechos mais importantes das entrevistas.

Segundo o Prefeito Municipal, apesar da SE ser um evento coordenado pela Casa euclidiana, a prefeitura é que dá toda a sustentação para a realização do evento, como hospedagem e alimentação. A verba para a semana tem diminuído ano a ano, e a prefeitura conseguiu disponibilizar em 1999 apenas R$ 20.000, e a prefeitura ainda arca com a pagamento dos professores. Ainda de acordo com ele, a SE é a realização tradição que o poder público não pode deixar morrer. Ela é importantíssima para despertar a consciência jovem.

Roque Cônsolo, do CONTUR, diz que a SE, se bem divulgada pelos meios de comunicação, poderia conquistar um grande número de visitantes para a cidade. São José tem todos os requisitos necessários para atender a todos os visitantes que a procurarem. Segundo ele, para contornar o problema da falta de apoio e verbas oficiais, a comunidade deveria dar todo o apoio, certa de que o retorno financeiro poderia aquecer o comércio. Entretanto, falta entusiasmo e compreensão por parte da população. O CONTUR, que deveria dar apoio ao Movimento Euclidiano é um orgão somente simbólico, sem dotação orçamentária que permita efetivo auxílio às atividades da Semana.

O Diretor da Casa Euclidiana, Lázaro Chaves, a SE é um ponto de convergência das atividades euclidianas durante o ano. Para ela convergem todos os tipos de pessoas, gerando uma energia intelectual extraordinária. As novidades para o novo milênio incluem uma maior extensão da página da Casa na Internet, a construção da tão sonhada Casa do Maratonista, com toda a infraestrutura necessária para a acomodação e desenvolvimento das atividades dos maratonistas. A proposta da criação da Fundação Euclides da Cunha possibilitaria uma maneira ágil e desburocratizada da captação de recursos para a Casa, propiciando-lhe uma melhor estrutura de funcionamento, ao invés dela ter que se virar com um orçamento de praticamente zero. Ao diretor da Casa compete, durante a Semana, o papel de coordenador, relações públicas, mediador e solucionador dos conflitos. A mensagem do Diretor aos maratonistas é: Aproveitem!



Perguntas feitas pelos alunos de São João da Boa Vista e Mogi-Guaçu a alunos de São José.

É a primeira vez que vocês participam da Semana Euclidiana?

Sim, todos estamos assistindo as aulas e as palestras pela primeira vez.

Qual foi a impressão que vocês sentiram com os maratonistas de outras cidades?

Nos sentimos mais desinibidos para fazer amizades com eles do que com os jovens daqui de nossa cidade.

O que Euclides da Cunha representa para vocês de São José do Rio Pardo?

Uma figura muito importante, que nos deixou um ponto de referência, a ponte de Euclides da Cunha, além de o acharmos um grande escritor.

Vocês aqui da cidade "idolatram" Euclides da Cunha. Vocês podem imaginar o que seria a cidade sem a história dele?

Seria muito diferente do que é, e perderia todos os pontos turísticos que existem em função de Euclides da Cunha.

Vocês sempre tiveram curiosidade em participar desta Maratona?

Sim, nós sempre tivemos a extrema curiosidade em particpar desta maratona, e viemos por vontade própria, e não porque os pais nos obrigaram.

Como é participar pela primeira vez da Semana Euclidiana?

Sentimos o prazer de conhecer muitos amigos que vêm de fora, e é claro, fazer amizades com pessoas desta cidade. Participar pela primeira vez também nos permite obter mais informações sobre o escritor que aqui viveu. (Reinaldo, André, Daniela Guardabaxo, Débora Augusto, Wagner, José Ricardo, Murilo)

Olho de maratonista

Perder-se com o tempo

Semana Euclidiana, desfile, maratona, eventos, enfim, acontecimentos que precisam de um patrocínio, um incentivo cultural; algo que nunca acontece, e se acontece é bem precário no Brasil.

A Semana Euclidiana, um importante evento cultural que deveria ser mais reconhecido, e não é! Assim, a cada ano, a memória de nosso ilustres escritor poderá ser esquecida, morta com o tempo.

Não podemos deixar esta corrente acabar-se, cabe a nós, maratonistas de hoje e talvez futuros euclidianistas, não deixar este notável evento se esfacelar. (Itamar, Gabriela, Juliana, Cremilda, Antonio Carlos, Rafael e Ana Flávia)

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