Oficina de Redação


Ficha técnica

A Oficina de Redação da Semana Euclidiana de 1988 foi coordenada pelo Prof. Stênio Steter e pelo Fausto Salvadori Filho, e contou com a participação de mais de 50 alunos dos ciclos básico e secundário. A seguir, uma amostra do que os alunos produziram durante a oficina.

A fome, por Taline Libânio da Cruz
A fome contra a política, por Maira Granado Rodrigues
A grande hora, por Arabela Junqueira Possebon
A injusta situação de um país, por Tatienne Pisani Baudon
A máquina no campo, por Roberto P. Junqueira
A pena de morte no Brasil, por Taline Libânio da Cruz
A sociedade moderna, por Lígia Marquitti
A violência, por Amanda de Souza Rodrigues
Conscientizar para solucionar, por Mariele Rodrigues Corrêa
Direitos sobre a vida, por Lígia Marquitti
Euclidiano, por "Sísifo"
Evolução rebelde, por Denise Sernaglia Capoano
Histórias em quadrinhos, Lígia Marquitti
Modos de punir, por Isabel Cristina da S. Cipriano
O amor, por Débora C. Converso
O divórcio, por Taline Libânio da Cruz
O homem e a máquina, por Amanda de Souza Rodrigues
O mundo de hoje, por Caroline Cadard
O que está acontecendo com a educação?, por Juliana Mazieiro Junqueira
Ordem e Progresso?, por Maria Beatriz Ribeiro Dias
Sem título, por Richard
Ter fome, por Maria Beatriz Ribeiro Dias

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A injusta situação de um país

Sabe-se que a sociedade é repleta de diferenças, sejam elas sociais, econômicas ou religiosas. As duas primeiras merecem um enfoque muito especial, pois são as causas de muitos problemas no mundo, especialmente no Brasil.

Presencia-se diariamente um intenso contraste entre o luxo e o conforto da elite com a pobreza dos menos privilegiados. Citando as capitais São Paulo e Rio de Janeiro como exemplo, vê-se as favelas com seus barracos de papelão concomitantemente com as mansões da classe alta. Os meios de comunicação divulgam incessantemente essa situação inaceitável: a falta de moradia, a fome, a doença, o analfabetismo e os altos índices de mortalidade...

Muitas são as causas desse estado do país, entre elas, ou talvez a maior delas, está um governo que ignora essas pessoas necessitadas, "esquecendo-se" dos direitos de cada cidadão.

Quase na virada do século e em época de eleição, muito se fala sobre como melhorar a vida de cada cidadão, dando-lhe alimento, moradia, educação, assistência médica... Porém, infelizmente isso acaba só servindo de discurso eleitoral. E o povo brasileiro acostumou a calar-se diante de tanta injustiça.

Hoje, todos os cidadãos precisam de muita coragem e consciência, não só no momento de ir às urnas, mas para não aceitar a situação desse povo sofrido.

Com vontade, o Brasil pode se incluir nos moldes de países desenvolvidos, igualando os direitos de todos os seus habitantes. Deve-se lutar por aqueles que não têm oportunidade e não recebem a devida atenção dos "grandes" chefões brasileiros.

Tatienne Pisani Baudon
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo – SP

A violência

Falar sobre a violência não causa alegria alguma, mas ela está todos os dia à nossa frente e não se consegue deixar de esquecê-la. Que pena, seria um contentamento enorme viver num mundo não violento!

Não há lugar onde não aconteçam casos violentos, os meios de comunicação nos mostram isto dia após dia mas é bem pior presenciar uma cena violenta com os próprios olhos. Todos são vítimas e são culpados também porque não sabem controlar o próprio senso.

A violência nas ruas é a que cresce a cada dia, são assaltos, seqüestros, brigas entre gangs e outros acontecimentos prejudiciais. Mas, apesar da violência nas ruas ser a maior, sabe-se que a violência na família vem aumentando muito, são maridos espancando esposas, pais e filhos que numa discussão acabam em morte, pais estuprando as filhas e muitos outros casos que causam horror.

Não se sabe onde isso vai parar, entretanto também não se ouve o que é feito para acabar ou pelo menos diminuir a violência, aliás a mídia parece contribuir para que a violência aumente.

A psicologia muitas vezes afirma que as pessoas violentas são pessoas desequilibradas, que algum dia passaram por um momento constrangedor, mas o que pode ser feito?

É por isso que todos devem se conscientizar de que um mundo violento é um mundo asqueroso e que se continuar crescendo desta maneira as pessoas que têm o bem no coração não conseguirão nem sonhar com uma esperança para as próximas gerações.

Amanda de Souza Rodrigues
Ciclo Secundário
Aguaí - SP

A sociedade moderna

Megawats, megabites, megapotência... Para sobrevivermos dentro do nosso "megamundo" ser um super-homem ou uma super-mulher é pouco.

Vivemos hoje numa sociedade individualista, materialista, onde o sentimento e a partilha das emoções são coisas esquecidas nos baús de nossos avós.

Preocupamo-nos em ser sempre mais. A competição constante nos pressiona e modifica os hábitos. Sinal dos tempos... Ou será algo mais grave? Por não termos convivência e relacionamento, nossas vidas tornam-se monitoradas e nós somos transformados em robôs. Não somos de ferro, nem acendemos luzinhas na cabeça, mas, como se fôssemos movidos à pilha, obedecemos a todas as ordens de nossos "donos": a televisão, os jornais, o comércio.

A modernidade, apesar de todo o seu lado bom traz a todos nós o direito de escolha entre a vida e o estado de loucura. Este último que nos leva a consumir e querer sempre mais.

Por que é que nunca nos contentamos? Por que procuramos sempre comprar, comprar, comprar? A resposta, talvez uma de muitas, pode ser obtida se nos propusermos a abrir o jornal ou ligar a televisão e constatar o que estes nos trazem. Realmente, s tivermos um espírito crítico, comprovaremos como estamos subordinados ao comércio, que se preocupa em sempre lançar um produto novo e tornar velho aquele que compramos há um mês atrás. Se não compramos, somos "jogados para trás", e se compramos, teremos que comprar no próximo mês...

Resta-nos saber se este consumo exagerado que traz materialização e individualismo ao que antes era sentimento e companheirismo vai continuar a comandar nossas vidas por muito tempo. Se a resposta for positiva, talvez quando abrirem as vendas de terrenos na Lua poderemos tentar uma vida melhor por lá.

Enquanto isso não acontece, esforçamo-nos para mudar de "mega-homens" para "ultra-mega-homens". Quem sabe assim não possamos pelo menos observar um botão de rosa ou sorrir para um amigo?

Lígia Marquitti
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo

O Amor

Acredita-se que o amor é um sentimento que todas as pessoas já tiveram ou esperam por viver.

Consta que há várias formas de amar. Há o amor materno, amor fraterno, amor conjugal etc.

Não se pode definir claramente o que é amar, pois cada um ama à sua maneira.

Podemos então dizer que o amor é importante em nossas vidas. No amor vivenciamos praticamente tudo, a dor, a alegria, a saudade, a tristeza etc.

Deveras, pois quem ama se alegra ao ver o objeto amado, sente saudade das pessoas que ama se estão distantes, enfim, sentimos todas essas sensações. Algumas agradáveis e, por outro lado as desagradáveis, que tornam o amor muitas vezes algo que não desejamos sentir.

Mas tudo isso serve de experiência pois quem nunca passar por isso não terá como dizer: eu senti, é muito bom, e, ou, senti, mas não fui muito feliz nesse sentimento.

O Amor é algo que preenche um espaço em nossa mente e ocupa um certo tempo de nossas vidas pois requer e ocupa um certo tempo de nossas vidas pois requer dedicação, responsabilidade, atenção das pessoas para com o ser amado.

Pois o que seria de um filho sem o amor de seus pais? Como vive uma pessoa sem o carinho de um amigo? Como reage uma pessoa ao saber que alguém sente um grande amor por ela?

À essas perguntas, só poderá responder quem um dia amou.

Portanto, amor, se nos faz bem ou mal ao corpo e ao espírito, devemos senti-lo, pois sentindo amor podemos sentir muitas outras coisas e também nos permitir a viver tudo que talvez desejamos se tivéssemos amado e se tivermos sido amados.

Débora C. Converso
Ciclo Secundário
Aguaí - SP

O homem e a máquina

Não se pode negar, o mundo está robotizado e a tecnologia tende a crescer. São criadas máquinas mais modernas possíveis, causando espanto para muitas pessoas.

Geralmente essas máquinas tecnológicas são de custo muito alto, portanto somente uma pequena parcela é que pode usufruir de forma ampla e, de certa forma, a grande maioria apenas aprecia de longe.

Sabe-se que a tecnologia é empregada em muitas coisas, como por exemplo: meios de automação, de comunicação, em eletrodomésticos, aparelhos hospitalares e industriais, e sem esquecer microcomputadores.

Os microcomputadores são de enorme importância, pois permitem às fábricas, escritórios e demais lugares executar inúmeras funções. As feiras que mostram os últimos modelos de microcomputadores são muito visitadas porque é criado a cada dia um tipo, um modelo novo, então sempre tem que estar lá para saber o que mudou, o que faz, no que vai ser usado entre muitas outras novas funções.

Hoje se compra o último modelo, o mais capacitado e amanhã este já estará ultrapassado, pois haverá no lugar outro muito mais potente. Fazer o quê? A tecnologia é assim, a cada dia nos reserva uma nova surpresa, só não se pode esquecer que sem os homens essas máquinas não passam de um nada.

Amanda de Souza Rodrigues
Ciclo Secundário
Aguaí-SP

O divórcio

Não se tem como dizer certamente em quais lugares do mundo o divórcio é mais freqüente. O que se sabe é que, em maior ou menor quantidade, em todo o mundo ele é utilizado.

Sabe-se que quem recorre a esse recurso tem sempre uma explicação. São ouvidas diversas desculpas para justificá-lo, alguns culpam seus companheiros, outros culpam a si mesmos.

O que não é fácil entender é como, com tantos problemas sociais e econômicos no mundo, tantos jovens insistem em formar uma família tão cedo.

Será que vale mesmo a pena formar uma família mais cedo, sabendo que ela corre sérios riscos de terminar mais cedo?

Não seria muito melhor deixar as coisas acontecerem devagar? Afinal, como sabemos, tudo tem sua hora. Se os jovens tivessem mais paciência e esperassem até seu amadurecimento, não teríamos tantos casamentos mas, com certeza, teríamos ainda menos divórcios.

Com certeza, pode-se afirmar que a melhor solução para o fim dos divórcios seria o fim dos casamentos precoces. Cabe agora a cada um conscientizar-se de que o fim de um relacionamento não prejudica só a si e sim a todos que estão ao seu redor, podendo citar principalmente os filhos.

Taline Libânio da Cruz
São José do Rio Pardo
Ciclo Básico

A fome

Fome, um palavra tão pequena, um problema que atinge o mundo todo, e o pior de tudo, um problema sem solução na maioria dos casos.

Um problema ocasionado principalmente pela falta de cultura de um povo que, sem instrução, aceita as injustiças de um governo que diz estar ao seu lado.

Sabe-se que em alguns países de Primeiro Mundo este problema foi em parte solucionado, baixando bem o número de miseráveis famintos.

É preciso saber ainda que muitas pessoas são solidárias, tirando de seu sustento uma ajuda para os mais necessitados.

No entanto, há o outro lado, uma esmagadora maioria que não pensa no próximo e preocupa-se somente com o seu próprio eu. Como exemplo pode ser citado o dia-a-dia das famílias nordestinas, que enfrentam junto com a seca e a falta de alimento o descaso de muitos brasileiros, que poderiam mudar essa história, sendo no mínimo compreensivos com o problema e não indiferentes como na maioria dos casos.

Sabe-se ainda de outro problema não menos grave, do outro lado do mundo, no Sudão, onde mães e filhos tentam sobreviver a uma falta total de alimento que é desviado, veja só, pelo seu próprio governo.

Concluindo, pode-se dizer que a fome não é um problema pessoal, devia ser encarado como prioridade em cada país, como se pode cobrar um bom aproveitamento escolar ou profissional de alguém que não consegue mais raciocinar, pois o único som que ouve é o vindo de seu estômago, que há vários dias não recebe alimento?

É preciso entender que se cada um fizer a sua parte esse problema pode e será solucionado finalmente.

Taline Libânio da Cruz
Ciclo Básico
São José do Rio Pardo - SP

Ter fome

Ter fome não é simplesmente ter vontade de comer, ter fome é comer num dia e não ter perspectivas de se alimentar nos próximos. É submeter o organismo a economizar forças e a dosar as energias, é sinal de pobreza e miséria.

A fome assola diversos países que não são organizados suficientemente bem sócio e economicamente. Um povo que tem fome não tem mais nada a perder. Revolta-se, humilha-se, desespera-se.

A desnutrição retrata o descaso e o atraso da sociedade que se diz civilizada e que não se importa com as condições subumanas em que vivem milhares de pessoas em todo o mundo. Os governantes não investem, nem procuram solucionar o problema porque é mais fácil controlar o povo pelo estômago do que pelo cérebro. Quem tem fome não está preocupado em refletir sobre as verdadeiras intenções dos políticos que aparecem somente nas épocas de campanhas eleitorais, e sim na possibilidade de nutrirem os corpos fragílimos e raquíticos, que não demonstram nenhum sinal de saúde e bem estar assegurados a todo ser humano.

As vítimas pouco têm a fazer para mudar o caos em que vivem, aliás sobrevivem, pois o isolamento as acompanha e, por mais que lutem, sempre serão derrotados pelos interesses dominantes das pessoas que só enxergam o próprio umbigo e são incapazes de se sensibilizarem com o abandono e a agonia de quem não tem o mínimo necessário para comer. Enquanto não houver a conscientização mundial de que fome é doença (das mais antigas e das piores!) e que precisa de um tratamento imediato, eficaz e definitivo, muitos habitantes do planeta morrerão sem saber realmente o que é viver!

Maria Beatriz Ribeiro Dias
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo - SP

O homem e a máquina

O homem está sendo ultrapassado de uma forma tão rápida, ficando em segundo plano por um fruto de sua própria criação.

Desde a criação da imprensa, a humanidade conseguiu um avanço tecnológico fantástico. Não era nada fácil e nem ágil imprimir tantos jornais em questões de segundos. A mão-de-obra precária usada com o começo da Revolução Industrial está sendo extinta aos poucos. A globalização força a atualidade a certas atitudes constrangedoras, como trocar cinco ou mais funcionários por um computador. Com essas mudanças, a sociedade assiste à forma mais rápida de comunicação, pois é divertido, interessante, você consultar as mais surpreendentes bibliotecas, conversar com pessoas das mais variadas línguas, tudo isso a questão de quilômetros de sua residência ou local de trabalho. É incrível ver em questões de minutos a agilidade com que um automóvel é estruturado e logo está funcionando com uma moderníssima perfeição.

Com tantas vantagens, pensaria você que a máquina não possui desvantagens?

A resposta seria curta, um sim bastaria, pois o criador dela foi o homem, um homem que a substituiu por outros homens; a combinação foi intensamente aplicada por seres intelectuais, capazes de raciocinar e, principalmente, com personalidade e um coração, o que uma máquina, seja ela a mais avançada, não conseguiria ter.

A máquina apareceu porque o homem foi o criador, e se algum dia o homem desaparecer, foi porque ele criou sua própria destruição.

Élvio César Bezerra
Ciclo Secundário
Aguaí-SP

Ordem e Progresso?

O Brasil é um país de riquezas naturais e de pobrezas humanas. É o país maravilha, do céu límpido, do mar azul, das árvores floridas, do carnaval, da alegria, do futebol... das favelas, da droga, da miséria, da fome, da corrupção, da vergonha!

O céu límpido e o mar azul estão poluídos pelas indústrias que destroem o meio sem preocupação, sem consciência e infelizmente sem punição. As árvores de uma das maiores florestas do mundo são queimadas ou cortadas para o comércio ilegal da madeira que seria muito mais útil servindo de abrigo para os animais do que como móvel enfeitando as casas. Até no futebol o Brasil atravessa uma fase de crise, não conseguimos o penta...

O verde de nossas montanhas foi substituído pelo cinza das favelas que aumentam nos grandes centros urbanos e que provocam medo, abrigam o tráfico de drogas e originam marginais.

Mas os maus-caráteres e ladrões não são oriundos somente da classe pobre e da miséria. Há muitos bem-nascidos que roubam, que mentem, que assaltam os cofres públicos, que sonegam impostos e que estão no poder. Não é difícil comprovar esta situação, basta prestarmos atenção nas ações dos políticos de nossa própria cidade. Eles realmente realizam o que prometeram nas campanhas eleitorais e aproveitam bem, no sentido de ajudar a população, porque às escuras aproveitam muito bem os quatro anos de mandato?

A imagem do Brasil tem que ser mudada, aliás já foi mudada porque a pobreza está dominando e crescendo. É necessário mudar a consciência dos brasileiros, abrir os olhos para esta realidade vergonhosa em que estamos vivendo atualmente.

Maria Beatriz Ribeiro Dias
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo - SP

A pena de morte no Brasil

A pena de morte é uma punição utilizada em vários países, no Brasil esse recurso não é utilizado.

Este assunto é bastante discutido no mundo todo e as opiniões são diversas. Existe quem apóie e quem desaprove, achando ser uma punição muito drástica.

Quem apóia demonstra sua vontade de julgar a vida alheia, mesmo sabendo que estará colaborando para tirar a vida de alguém. É claro que é sabido que esse alguém é um bandido, mas cabe a quem tirar sua vida?

Há ainda quem desaprove a pena de morte voltando-se para esse lado, de estar tirando a vida de outras pessoas, porém não a defende, condenando-a à prisão perpétua, que também tirará sua vida com o decorrer dos anos, mas com mais solidão e sofrimento.

Analisando a pena de morte, conclui-se que ela deve ser usada não em todos os casos, mas nos casos mais extremos, sabendo que para alguns condenados sua vida não tem tanta importância e talvez achem até melhor morrer do que passar o resto da vida em uma cela de prisão.

Taline Libânio da Cruz
Ciclo Básico
São José do Rio Pardo

Modos de punir

Os sistemas de punição existentes são variados e diferenciados de acordo com cada constituição de cada país, o mais polêmico é a "pena de morte", pois as opiniões são diversificadas, a própria imprensa faz um sensacionalismo em cima deste tema, tentando influenciar as pessoas com a falsa verdade que é mostrada através da imprensa televisionada.

Sabe-se que esse tipo de punição não é o mais eficaz contra os marginalizados, é apenas um extermínio legalizado, que muitas vezes é efetuado e a vítima é um inocente que, para ser discriminado levará alguns anos e poderá ser tarde demais.

Será que a justiça tem outro modo de punir?

A punição pode ser menos severa e ter um bom resultado de modo que o marginalizado volte a fazer parte da sociedade.

Entretanto, para que esse sistema de pena de morte possa ser deixado de lado, será necessário que novas idéias de punições sejam aceitas pelos nossos superiores e que possa ser eficaz e justa, pois no mundo há muitas injustiças, mas essa seria inaceitável.

Isabel Cristina da S. Cipriano
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo

A fome contra a política

É do conhecimento de todos que um dos maiores problemas da humanidade tem sido a fome. É uma realidade existente há longo tempo, mas que vem se agravando com o passar dos dias. A complexidade deste assunto talvez não esteja no problema em si, mas sim na causa dele. A fome pode ser extinta, mas as autoridades não querem solucionar o caso.

Podemos citar várias regiões do Planeta em que a miséria tem reinado, como a África, por exemplo, mas rivalidades sócio-culturais e o descaso da administração do país têm permitido que milhares de crianças e adultos morram a cada ano, desnutridos e famintos, numa região árida e escassa de meios de adesão de uma renda financeira na massa populacional.

Vamos nos voltar mais para o Brasil, que também apresenta no Nordeste e em outras regiões um considerável número de pessoas que não têm do que se alimentar. A causa da fome no Nordeste, entre outras, seja talvez a seca, que na verdade só existe por conveniência da parte dos políticos, que usam do problema como motivo para promessas em campanhas eleitorais. Mas a fome também existe em São Paulo, Rio de Janeiro e tantos outros lugares.

É mais que tarde para que providências sejam rapidamente tomadas. Há cem anos Euclides da Cunha denuncia o problema e mostra as suas soluções. Como ele, muitos outros autores e pessoas influentes no país tentam solucionar o problema, mas o governo impede que soluções sejam tomadas. A população se comove e protesta, faz campanhas e tenta contribuir, mas a corrupção dos nossos governantes abafa os gritos de socorro daquele povo sofrido.

A solução pode ser, portanto, escolher corretamente os futuros governantes do país e até mesmo do mundo...

Maira Granado Rodrigues
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo - SP

Evolução rebelde

A tecnologia dos humanos, com os tempos, tornou-se cada vez mais radical, contemplando cada vez mais a rebeldia. Após tempos longos, aproxima-se o Modernismo. Tudo é diferente! Sim, diferente do passado, no presente, normal, muito normal.

"Independência ou morte"! Frase conhecida por muitos brasileiros, mas não pela "Independência do Brasil", e sim pela sua própria independência. Cada pessoa não mais se sente com a responsabilidade exigida pela família de respeitar, mesmo não amando o que deveria ser amado.

A cada ano não somos mais os mesmos e nem temos as mesmas opiniões. "Tentamos" acompanhar a modernidade mas, com isso, nos tornamos cada vez mais ridículos, diante de uma sociedade que caminha para a ignorância e infantilidade chegando à tal supremacia de retirar das mentes de cada ser a palavra que para muitos, por enquanto, significa tudo: "casamento".

Denise Sernaglia Capoano
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo

O mundo de hoje

Quando pensamos em modernidade logo nos vêm à mente cenas de filmes de ficção científica nos quais a humanidade vive em paz em um mundo submerso em tecnologia. Para escaparmos dessa visão limitada, uma análise da sociedade em que vivemos, por muitos considerada moderna, é um excelente exercício para não alimentarmos falsas expectativas em relação ao futuro.

A sociedade moderna é, antes de tudo, uma sociedade de contradições. Analisaremos aqui três grandes contradições do mundo moderno que podem frustrar nossas expectativas.

Um dos conceitos mais em moda ultimamente é o da globalização. No mundo inteiro temos a formação de grandes comunidade e mercados comuns que têm como objetivo a união de diferentes países e culturas. Com o desenvolvimento da Internet, a rede mundial de computadores, é possível conhecer pessoas e lugares sem a necessidade de sairmos da frente da tela de nossos computadores. Esse intercâmbio mundial parece perfeito, porém não podemos nos esquecer de um outro conceito que convive lado a lado com a idéia de globalização: a fragmentação. No mundo inteiro há dezenas de países vivendo em estúpidas guerras civis para dividirem um território em várias porções independentes. Essa foi nossa primeira contradição: globalização X fragmentação.

Um outro processo que acompanhamos hoje é o desenvolvimento do capitalismo. Grandes fusões de empresas internacionais e formação de grandes mercados consumidores são exemplos desse desenvolvimento. Porém, há o outro lado da moeda: ao mesmo tempo em que alguns países ganham milhões exportando e vendendo tecnologia, temos o aumento da miséria e da fome em todas as partes do mundo. O desemprego e a falta de condições básicas para educação, saúde e vida em geral são exemplos das condições subumanas em que vivem nossos semelhantes. Esta foi nossa segunda contradição: aumento da riqueza e aumento da miséria relativa.

Os grandes avanços tecnológicos e científicos nos fazem enxergar um futuro perfeito. A ciência hoje manipula a física, a química e até áreas como a biologia com a facilidade com que trocamos uma lâmpada, ou alguém já se esqueceu da ovelhinha Dolly e do projeto Genoma? Esse avanço científico levaria a humanidade a uma racionalidade completa. O cientificismo e o positivismo deveriam ser as doutrinas atuais. Mas não é isso que está acontecendo: cada dia mais a humanidade se volta para a religião, para o misticismo, para a emoção, o que é uma prova da descrença e da desconfiança que todos esses avanços significam. Essa foi nossa terceira contradição: o desenvolvimento científico X a retomada religiosa e mística.

Com apenas essas três contradições percebemos que o mundo moderno está longe de ser um modelo perfeito a ser seguido; o desenvolvimento, o avanço nem sempre significam evolução e antes de nos considerarmos modernos devemos nos conscientizar de nossos atuais problemas para que no futuro não paguemos por erros de agora.

Caroline Cadard
Ciclo Secundário
São Paulo

A sociedade moderna

Aprendíamos na escola, quando éramos crianças, que o homem tem a necessidade de viver em sociedade. Mas hoje em dia essa afirmação é discutível.

Ela pode ter hoje seu fundo de verdade, pois os homens "precisam" explorar-se uns aos outros, como confirma nosso modo de produção, capitalismo.

Usar o outro como degrau para subir na vida é a forma mais fácil de se obter sucesso econômico imediato. Mas, se formos analisar de uma maneira mais aprofundada esse panorama atual, podemos resumir em um palavra a sociedade moderna: individualismo. Mesmo precisando dos outros par chegar ao topo, a única preocupação do homem é a satisfação pessoal. Crescer independente do que ocorre com os outros.

A palavra modernidade nos dá idéia de evolução, de crescimento. Já sociedade nos lembra união, comunidade. Não parece controverso? A sociedade moderna é primitiva e individualista. Por isso somos assim, incapazes de estender a mão para aquele que está ao lado. Somos um, quando podíamos ser todos. Por isso não somos nada.

Julciane Castro da Rocha
Ciclo Intermediário
São Paulo

Histórias em quadrinhos

Coloridas, alegres, engraçadas e envolventes, as histórias em quadrinhos trazem às crianças, aos jovens e aos adultos o conhecimento de um mundo muitas vezes irreal.

Super-heróis, homens fortíssimos que voam e salvam o mundo de uma catástrofe, ou que então lutam com seus inimigos para acabar com o Mal, são os personagens mais famosas e que mais atraem a atenção dos leitores. Foi o modo que o desenhista encontrou de mostrar para todos uma realidade sonhada não só por ele. Um sonho de ter entre a humanidade pessoas capazes de nos proteger da opressão e da injustiça do mundo.

Ao desenhar tudo o que sentem, os autores dessas histórias criam na imaginação dos que lêem o mesmo sentimento, as mesmas idéias e os mesmos sonhos que eles têm. As histórias em quadrinhos têm o poder de comprometer o leitor com o autor, pois através da leitura de suas idéias as pessoas se afeiçoam com os personagens, tornando-se cúmplices do pensamento de quem fez a história.

Por que não usar do poder envolvente dessas histórias para mostrar e conscientizar as pessoas da realidade, da situação da sociedade, do cotidiano da vida das pessoas? Interessante seria observar o trabalho de Maurício de Souza, pois através de crianças, que são seus personagens, ele dá lições de cidadania e educação. Através de crianças ele passa o que muitas vezes a escola não consegue passar.

As histórias em quadrinhos são ótimos meios de se educar e "melhorar" as pessoas, desde que seu texto o permita, mas não podem ser vistas como única forma de aprendizado. Os livros, os professores e os pais são agentes importantes para o crescimento das pessoas.

Como forma de lazer, ou usadas como complemento do ensino, os quadrinhos realmente fascinam e encantam os leitores. Proporcionam a todos que os lêem momentos únicos, envolventes e, principalmente, oferece a seus leitores a oportunidade de crescer em sabedoria e criatividade. Basta aproveitar desses momentos.

Lígia Marquitti
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo

Direitos sobre a vida

O crime cometido por uma pessoa, muitas vezes sem a consciência dos resultados de seu ato, em nenhuma hipótese deveria ser punido com a morte. Acabar com a vida de alguém é um poder inacessível às mãos de um ser humano. Que direito um homem tem, quando mata outro? Nenhum argumento deve ser aceitado para justificar a punição de um crime com outro — quem sabe, talvez — pior!

Sim! A pena de morte é um crime! Matar é um crime, sempre foi considerado como tal! Ou será que esse conceito de crime não se aplica às autoridades responsáveis pela justiça?

A pena de morte não é uma solução para acabar com a violência. A violência, ao contrário, gera violência!

Se as autoridades não conseguem achar uma solução no mínimo aceitável para punir crimes mais graves, a pena de morte não é o melhor caminho. Aliás, não é um caminho.

A solução para tudo isso é a educação. Com ela, as pessoas não teriam motivos para entrar no "mundo" do crime.

Encobrir um problema não adianta. A saída para exterminar distúrbios da sociedade — como o crime é um governo sério, objetivo e preocupado com seus leitores. A atenção dos governantes e a conscientização dos mesmos sobre a importância de uma educação de base sólida pode resolver muitos problemas. Inclusive a pena de morte.

Lígia Marquitti
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo

A máquina no campo

O aumento da mecanização agrícola trouxe bons resultados para a agricultura, mas por outro lado o desemprego passou a fazer parte na vida dos trabalhadores rurais.

As modernas máquinas que chegaram ao Brasil passaram a dominar os centros rurais, que acabaram obtendo um bom desenvolvimento. O plantio e a colheita começaram a ser feitos de uma maneira prática e rápida, dispensando a mão de obra humana. Os grandes latifúndios se transformaram em verdadeiras indústrias, pois os produtos passaram a sair delas em verdadeiras condições de comercialização.

Com a agricultura mecanizada, os fazendeiros demitiram um número exagerado de trabalhadores. Estes acabaram peregrinando para as cidades à procura de emprego, mas viram-se em um mundo de plena dificuldade.

No entanto a máquina não dominou totalmente o campo, pois para que ela funcione é preciso a ajuda de um ou mais homens. Sendo assim, passou a se desenvolver uma agricultura de maior produtividade e o homem passou a depender desta produção.

Roberto P. Junqueira
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo - SP

Conscientizar para solucionar

O Brasil, que dá-se ao luxo de desperdiçar US$ 5,4 bilhões em alimentos por ano lançados em depósitos de lixo, está de barriga vazia, comendo restos e saqueando.

Resultado de uma precária e errônea distribuição de alimentos, a fome é um suicídio lento e doloroso, que vai desobstruindo e sugando as energias do ser humano, ressecando-o e tornando-o insensível às interações do meio em que vive.

Sendo o maior produtor mundial de grãos, com 600 mil toneladas ao ano, cerram-se os olhos e os ouvidos dos latifundiários, autoridades políticas e até a própria classe média aos clamores incessantes dos ressequidos famintos. Famintos não somente de pão, mas de conhecimento, educação e calor humano. Estamos a 3 meses de escolhermos nossos próximos governantes e agora é a hora do urso acordar do seu profundo sono hibernante; políticos apontam fórmulas mágicas para solucionar o obtuso problema da fome, do desemprego, da educação... Passado o verão vitorioso, volta o urso à sua toca para acordar somente quatro anos depois de sua vaga.

A fome não é pura e simplesmente um problema de estômago vazio, que preenchido será para sempre solucionado. É um fenômeno social, um crime, uma das várias vergonhas deste país de contrastes e confrontos. Solucioná-los não é uma utopia, é uma questão de força de vontade e consciência, já que somos todos filhos, portanto irmãos, de uma só mãe: nossa pátria amada Brasil!

Mariele Rodrigues Corrêa
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo

O que está acontecendo com a educação?

Educação hoje em dia não é mais do que uma palavra de oito letras que começa com a letra "e" e termina com "o".

As pessoas, principalmente os jovens, não têm o respeito que deveriam ter para com o próximo. Vemos um exemplo dessa falta de respeito nas escolas: paredes pichadas, lixo no chão, carteiras rabiscadas, quebradas. E os banheiros, então... Quando se pensa em banheiros de escolas, logo vem em mente aquela porquice, tudo sujo, uma nojeira!

Na sala de aula, os alunos xingam seus colegas e professores, usando palavrões e palavras que nunca deveriam sair da boca de um ser humano.

Muitas vezes, a causa dessa educação mal sucedida é problema familiar. Que tristeza pensar que nos dias atuais ainda há pessoas que procuram a bebida ou o uso de drogas para tentar se animar e fugir dos problemas, com isso vão colaborando para o crescimento de um país cheio de drogados e pessoas mal educadas que despejam sua raiva pichando paredes e destruindo cidades.!

Que pena saber que a educação chegou a esse ponto tão desagradável! Mas quem sabe um dia poderemos mudar essa situação e melhorar nosso país.

Juliana Mazieiro Junqueira
Ciclo Básico
São José do Rio Pardo – SP

A grande hora

E chega hora,
hora do cair da noite
rumo à escuridão.
Além, muito além de silêncio fica a solidão.
A saudosa espera do outro dia.
A fisionomia indecifrável da noite
dos que a apreciam.
Até que o dia surge cheio de alegria
Sei que sentirei saudades
Vou virar criança
ser o que sou não importa agora.

Arabela Junqueira Possebon
Ciclo Secundário
São José do Rio Pardo - SP

Euclidiano

Em São José do Rio Pardo
Durante uma semana
Os sertões se afloram
traduzidos por Euclides
e por nós estudados.

Colégios do Brasil
Aqui se unem,
para a cultura encontrar.

Em São José do Rio Pardo
Euclides morto repousa
sob belas paisagens,
à margem do Rio Pardo.

Os jovens estudantes
Reunidos, sorriem
Para o mundo euclidiano.

"Sísifo"
Ciclo Secundário

Sem título

Mais uma semana termina:
Alegrias, amizades novas, conhecimento
Reunidos num só lugar.
Agora, já na reta final
Todos pensam em como retomar
O modo de vida anterior.
Nunca deixe a tristeza ou a saudade te abater
Independente das coisas que vierem acontecer.
Sempre lembre-se que há um lugar onde
Todos são
Antes de tudos, maratonistas e fortes.

Richard
Ciclo Intermediário

 

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