O que é que São José do Rio Pardo tem?

    Essa é uma pergunta muito pertinente, e que todo maratonista que se preze faz, quando chega aqui pela primeira vez. Tirando os atributos óbvios, como charme, encanto e simpatia, São José possui muitos locais aprazíveis para o passeio, o lazer, e a diversão de todo mundo. Veja alguns:

• Ponte Euclides da Cunha – em última instância, a culpa de tudo é da ponte. Se ela não tivesse resolvido desabar, naqueles longínquo final do século passado, Euclides da Cunha nunca teria vindo a São José do Rio Pardo, e consequentemente, vocês também não.
• Recanto Euclidiano – popular e erroneamente conhecido como "herma" – para alguns, o fato de não ser uma herma é só um tecnicismo, valendo a tradição – é o local onde se encontram preservados a cabana de zinco, onde Euclides da Cunha redigigiu grande parte de Os Sertões, enquanto pescava os destroços da ponte (que fica ao lado) de dentro do Rio Pardo. Pare um pouquinho na margem e pense só o trabalho que deu tirar aquele monte de ferro de dentro das águas e remontar de novo. É um lego prá ninguém botar defeito. Além da cabana de zinco, temos também no Recanto Euclidiano o túmulo onde estão inumados os restos mortais de Euclides da Cunha e de seu filho, também Euclides, que foram transladados do Cemitério de São João Batista para cá em 1982.
• Casa Euclidiana – antiga residência de Euclides da Cunha, que você já deve ter conhecido, ao menos para se apresentar e pegar suas credenciais. Ela é o centro do saber euclidiano na atualidade, e guarda em suas dependências valiosos objetos e publicações relacionados à vida e obra de Euclides e à Guerra de Canudos.
• Ilha de São Pedro – localizada no Rio Pardo, com acesso pela rua lateral à ponte Euclides da Cunha. Seu acesso se dá por uma ponte pênsil, e ela possui parquinho infantil, e um mini zoológico, onde a atração principal é o Leão Simba. Passeio obrigatório, e muito divertido. Você pode sentar nas pedras e ficar olhando as corredeiras do Rio Pardo, e assim se esquecer por alguns instantes da prova que o aguarda no dia 15.
• Morro do Cristo – sim, São José também tem seu Cristo, e se você ainda não o viu, velando onipresente sobre nossas cabeças, olhe em direção ao poente que você fatalmente o encontrará. É tradição que os maratonistas peguem uma noite e subam ao Morro do Crsito, para de lá de cima observarem a cidade, as estrelas e, os mais intrépidos, o dia amanhecer, espetáculo ímpar quando visto lá de cima. A estrada para o Cristo é muito bem conservada, e gerações de maratonistas já sobreviveram à aventura.
• Quer mais? – descubra por si mesmo! Perca a preguiça, e pesquise, pergunte, ande pela cidade. Veja sua arquitetura antiga, suas belas praças, sua igreja matriz, renda-se aos seus encantos. São José do Rio Pardo é muito mais que o berço de Os Sertões.

Pequeno Dicionário Maratonístico

Alojamento – é o lugar onde você dorme, come, e assiste aulas. Fica no prédio da Fundação Educacional, e se você não sabe onde é, alguma coisa de muito errada está te acontecendo. Ao contrário do que dizem seus detratores, ele inclui sim, colchões e chuveiros quentes. Já a água é opcional.

Episódio Republicano – a república for proclamada, antes de 15 de novembro de 1889, aqui em São José, no dia 11 de agosto. Como calhou da data coincidir com a Semana, a comemoração acontece durante a Semana Euclidiana. É sempre na porta do Hotel Brasil, onde foi proclamada a República. Este ano corre o sério risco de não se realizar, porque dizem que o mundo vai acabar no dia 11. Resta saber se é antes ou depois da solenidade.

Fli – é o hino dos maratonistas. Surgido a partir da transformação de antigas músicas de acampamentos de escoteiros, o Fli, com sua letra nonsense, representa a tradução mais literal e perfeita do sentimento do maratonista. Aprenda sua letra (ela está aí atrás), e quando alguém "puxar o Fli", puxe junto. Não pare prá pensar, simplemente bata palmas e solte a voz.

Fudega – a fudega é a irmã do Fli. Ela é como a força de "Guerra nas Estrelas". Representa o congraçamento entre os maratonistas, e é uma saudação típica, que pode surgir a qualquer momento. Quando alguém puxar um Fli, certamente ele terminará com um Ô Fudega!!!! solto a plenos pulmões.

Maratonista – você!

Rosaura – provavelmente a pessoa mais animada da Semana Euclidiana. Se você não cruzou com a Rosaura ainda, azar o seu, que não ganhou balinha.

Strike – se você não sabe o que é strike, basta perguntar. Como o strike é uma atividade não verbal, não dá para explicar aqui. Porém, sendo bastante simples, ele é facilmente demonstrado.

Expediente: O Manuel do Maratonista Euclidiano 1999 é uma produção do Coletivo Euclidiano, com o decisivo apoio da Casa de Cultura Euclides da Cunha. Edição especial de O Berrante Diário. Idéia Básica: Mario Eduardo Bianconi Baldini. Contribuições expontâneas: Fausto Salvadori Filho, Espírito Euclidiano, Espírito de Equipe, e Espírito de Porco. Todas as opiniões e conceitos aqui expressos são de propriedade de seus autores. Reclamações: webmaster@berrante.zzn.com. Coletivo Euclidiano: http://www.berrante.com.tj Evite os riscos do consumo excessivo de álcool. O Ministério da Saúde adverte: a Semana Euclidiana é benéfica à saúde. Sunab: 190. Consumir antes de 15/08/1999. Mantenha em lugar fresco e seco.