São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002



Primeira leitura: Os Sertões

Lenise Pinheiro - 16.ago.2001/Folha Imagem
Ensaio da peça "Os Sertões", dirigida por José Celso Martinez Corrêa, que estréia no teatro Oficina, em São Paulo, no próximo sábado



A CONVITE DO MAIS!, SETE PERSONALIDADES DO TEATRO, DA LITERATURA, DA CRÍTICA, DO CINEMA E DA HISTORIOGRAFIA RELEMBRAM A PRIMEIRA VEZ EM QUE LERAM A OBRA-PRIMA DE EUCLIDES DA CUNHA, QUE COMPLETA AMANHÃ CEM ANOS DO LANÇAMENTO


POR FERREIRA GULLAR

Eu tinha que ler "Os Sertões" se queria ser um escritor brasileiro. Meti isso na cabeça e entreguei-me à tarefa obrigatória. No início foi penoso, mas, bravamente, atravessei as áridas páginas da primeira parte, "A Terra", e passei ao capítulo seguinte, de travessia igualmente difícil, pelo menos até chegar aos tipos humanos -o sertanejo, o vaqueiro, o jagunço... Meu interesse era conhecer a história de Antônio Conselheiro, que se tornara lendária, tema dos cordéis da infância. E, quando a ela cheguei, não larguei mais o livro até a última palavra do derradeiro capítulo.


Ferreira Gullar é poeta e ensaísta, autor de, entre outros, "Toda Poesia" (ed. José Olympio) e "Argumentação contra a Morte da Arte" (ed. Revan).


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