São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002



POR KATIA MATTOSO

De minha primeira leitura de "Os Sertões", feita há mais de 40 anos, fica o que utilizei em meus livros, quando escrevi sobre a Bahia. Mas a segunda, feita recentemente, foi a mais forte: não li com ouvidos de historiadora, mas com os da literatura. Além disso, na primeira vez eu nem conhecia a área da Bahia onde se passa o livro. Hoje conheço toda a região.
Minha preocupação atual não é mais conhecer, mas tentar decifrar um pouco do que Euclides teria visto daquele sertão do qual ele não teve propriamente uma vivência, a não ser numa situação particular, de guerra. Hoje releio Euclides e "Os Sertões" em paralelo com as suas cartas, que são um precioso material. E também estou interessada nas relações -sobretudo nas diferenças- entre as visões dele e as de Capistrano de Abreu.


Katia M. de Queiros Mattoso é professora de história do Brasil na Universidade de Paris-Sorbonne (França) e autora de "Bahia, Século 19" (Nova Fronteira) e "Ser Escravo no Brasil" (Brasiliense).


Texto Anterior: Por Eduardo Lourenço
Próximo Texto: Por Nelson Pereira dos Santos


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.

O Berrante Online é uma criação coletiva do Coletivo Euclidiano. Contribuições são bem-vindas!

 

 

Free Web Hosting